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OPINIÃO: A busca pela igualdade de gênero

Não vou tomar partido, muito menos fazer uma defesa superficial pela igualdade de gênero. Vou simplesmente deixar que os dados compilados "falem". Aliás, nas discussões que tenho acompanhado percebo algumas dificuldades na interpretação dos dados estatísticos. E aqueles que não tem rigor técnico acabam por compartilhar notícias falsas. Seja no nível salarial. Seja na oportunidade de alcançar cargos de liderança. As desigualdades de gênero ainda persistem no mundo corporativo.

Pesquisa do portal online de empregos Catho, que entrevistou 8 mil mulheres nos meses de janeiro a junho de 2018, apontou que as mulheres ganham menos que os colegas homens em todas as situações, ou seja, da auxiliar de limpeza ao diretor geral da empresa pode se verificar uma diferença salarial. Sendo mais claro: as mulheres que ocupam os mesmos cargos que os homens, que trabalham nas mesmas funções, têm os mesmos níveis de escolaridade que os homens, sim, ganham menos. Em relação a escolaridade, outro dado preocupante. Para mulheres com pós-graduação, os salários chegam a ser 50% menores que a de homens, com o mesmo título e que desempenham as mesmas funções. Para aqueles (as) que acreditam que isso só ocorre em níveis hierárquicos inferiores, a pesquisa afirma que quando mulheres ocupam cargos de presidente ou na diretoria de uma empresa, a diferença salarial chega em aproximadamente 30% inferior a dos homens.

As mulheres ainda são minoria a ocupar cargos de gestão. As mulheres sempre são as primeiras a serem demitidas em qualquer oscilação econômica. As mulheres ainda precisam conquistar o seu espaço dentro das empresas. As mulheres são as grandes prejudicadas na reforma trabalhista e, se aprovada como está proposta, na Reforma da Previdência. As mulheres exercem a "dupla" jornada. Trabalham o dia inteiro e chegam em casa para os afazeres domésticos e os cuidados com filhos. As mulheres são vulneráveis no mercado de trabalho e demitidas por faltas no emprego, sendo essas muitas vezes justificadas por motivos como levar um filho ao médico, e para as com menor poder aquisitivo, acordar às 5h para conseguir uma ficha de atendimento.

Neste cenário, os números apontam para a necessidade de adoção de políticas igualitárias de salários entre homens e mulheres. Não podemos esquecer que, no mesmo estudo, foi apontado que as empresas com mulheres que exercem cargos de liderança têm melhores resultados econômicos e financeiros. Elas apresentam uma melhor compreensão das variáveis de cenário e tomam decisões mais acertadas no longo prazo.

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